sexta-feira, 11 de maio de 2012

Vida de escritora

Pelo título de minha postagem hoje, acho que você já sabe sobre o que vou escrever.
Sim, a vida de escritora.

Sempre que abria um livro de uma saga favorita como True Blood e, antes de começar a ler, eu via a foto da autora na parte de trás do livro contando um pouco da história dela (no caso, Charlaine Harris), ou mesmo dos meus livros que me inspiro: Gossip Girl (Cecily von Ziegesar) e eu imaginava: QUE VIDÃO!
Sentar, escrever livros o dia todo e ainda ser paga para isso!!!

Bem, recentemente tenho descoberto que não é bem por aí.
Para começar, há uma grande parte de absorção de ideias... (hã??? - posso ouvir você se perguntando).
É lógico que até mesmo a renomadíssima criadora de Harry Potter (J.K Rowling) se inspira em algo, em alguém, em algum tipo de atividade para suas escritas. Alguma atividade que constantemente enlucide-a com suas idéias - atividades que ela tem que estar sempre fazendo.
Claro, uma ideia, um livro, não surge do nada.
E daí vem as pesquisas para saber se suas ideias são legítimas, se são bem aceitas, qual o público para a qual você está escrevendo.

E há as pesquisas de background, porque você PODE escrever sobre a China sem nunca ter estado lá. Claro que pode.
A minha monografia do curso de Economia, quando me formei, foi sobre a China e a sustentabilidade ambiental. Durante a minha escrita - minha primeira grande escrita - tinha horas que eu me desesperava tanto com pesquisas e mais pesquisas, que as vezes eu acharia mais fácil juntar R$20.000 e fazer uma viagem para a China de uma vez. (e eu não estou exagerando).
Em primeiro lugar porque China dentro de um contexto econômico de sustentabilidade ambiental é novidade, ou seja, as fontes não eram inesgotáveis.
Em segundo, porque via meus colegas fazendo sobre temas como Juscelino Kubitschek (Anderson de Sousa - Parabéns, by the way!) ou o mercado de Crédito de Carbono, Eco92 e as fontes eram mais fáceis, acessíveis e dava até para se perder no tema, de tanto material que se acha.
Eu escolhi um tem difícil, por natureza, e porque não havia muitas fontes de pesquisa. Cheguei a ter que ler textos em francês (com meu nível básico 2) para complementar minha escrita.
Então, ISSO é um trabalho de escritora!!!!

Mas ainda não foi aí que percebi o quão difícil era escrever, mesmo sobre um tema que você goste, tipo novela.

Então, pelo estilo de livro que escrevo, que escolhi escrever, para jovens e adultos, comecei a perceber que meus maiores insights apareciam em horário comercial (como lidar? eu tenho uma empresa para tocar em horário comercial) e a noite quando chegava em casa para abrir o netbook e escrever eu já estava cansada demais do meu dia de trabalho.
Foi aí que tive que bolar estratégias para escrever em horário de almoço, de 2a a 6a. E quando sobrava energia, a noite e nos fins de semana. E foi aí que surgiram os meus OFFICE-LUNCHES, onde geralmente peço comida ou desço rapidamente do prédio para comprar e como, enquanto assisto a alguma série, leio algum livro, escrevo algum capítulo de meus livros e/ou faço os 3, em 1h de almoço.

As vezes o OFFICE-LUNCH só serve para me poupar tempo, quando dou uma decida na livraria próxima ao meu trabalho e faço um trabalho de pesquisa.
Como?
Vou até a área onde estão os livros similares aos que escrevo e pesquiso: O que há de novo? O que está vendendo? O que faz sucesso? O que os teens estão procurando?

Eu olho para as pessoas pegando livros na prateleira. Eu analiso a expressão delas ao lerem as sinopses e já até dei muita informação de onde estava TAL e TAL livro para pessoas, quando comentavam umas com as outras e eu acabava dando indicações, por estar ouvindo :)

Uma vez a cada 15 dias, sento no Starbucks mais próximo (pois tem acesso livre à internet) e rabisco insights de minhas novels num caderno, pesquiso coisas usando a internet do celular e rabisco mais insights.

De vez em quando, atualizo meu blog pessoal e sou colaboradora no blog da queridíssima Ana Claudia Andrade (www.surtoescrito.com.br), e estou para lançar um blog também em inglês, para uma visão mais global de minhas escritas.

Fora isso, estou sempre ligada não só nas minhas ´series favoritas, mas estou ligada nas séries novas (mesmo que não façam meu estilo), sei que tipo de histórias estão "na moda" e quais deram uma esfriada.
E sempre que possível, me disponibilizo a ler os livros que também não concordo muito, tipo Jogos Vorazes - começando a leitura neste final de semana - e Nicholas Sparks (terminando The Wedding este final de semana).

Lendo toda essa tragetória, me faz pensar que escrever - ser escritora - DÁ trabalho e não é tão glamouroso quanto vemos na foto da autora no livro. Eu pensava que autores sentava, escreviam, autografavam livros e apareciam de vez em quando na tv quando faziam sucesso.
É claro que quando você é um escritor renomado você PODE se dar ao luxo de fazer disso uma carreira única, e você tem acessores que te informam de tudo. Mas até chegar lá, bora trabalhar!

É claro que no final de uma escrita conto com apoio incondicional de alguns queridos: Jeniffer Palma que é minha acessora oficial de enredo e Pedro Castro, meu revisor textual. O design de capa procuro sempre pedir ajuda à Camila Faria e nunca serei grata o suficiente à Ana Claudia Andrade, que me ajudou a traduzir o nome de Doce Inocência para o português.

Enfim, esta é uma típica rotina de "part-time" escritora.

:-)

Xoxo,

Charlotte D.

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